Por que a escolha?

Alanis é trabalhadora sexual e tem um filho de um ano e meio. Os dois moram em um apartamento com a amiga Gisela. Um dia chegam alguns homens que, fazendo-se passar por clientes, interrogam Alanis e Gisela com o objetivo de fechar o lugar e apresentar denúncias de "prostituição e tráfico de pessoas". Partindo dessa premissa, Anahí Berneri desenvolve uma história carnal, física, da sobrevivência de uma mulher e seu filho; de seus esforços para seguir em frente apesar de a estrutura estatal só lhes oferecer travas e perseguição. Alanis é uma ficção de força documental e conotações cômicas. Sua relevância reside no fato de ser retratada por uma lente feminista franca e frontal, que evita tanto vitimizar a protagonista quanto suavizar suas experiências. Misturando em cada cena os trabalhos de cuidado com o trabalho sexual, o filme desmonta os estereótipos e a tradicional dicotomia entre mulher-mãe e mulher-puta.