Por que a escolha?

Submetida a décadas de violência institucional – estatal, militar, sanitária, policial, educacional, trabalhista, administrativa – a comunidade travesti e trans teve, e tem, uma expectativa de vida que não ultrapassa os 40 anos. As que ultrapassaram esse número são chamadas de “sobreviventes” e, por meio de um minucioso trabalho de arquivo, são elas que deixam testemunhos e constroem a história desta comunidade. Embora lembre e preserve registros da vida de tantas pessoas ausentes, o Arquivo da Memória Trans não é um testemunho explícito de violência nem uma narrativa nostálgica ancorada no passado. Ao contrário, no conjunto de imagens que o compõem prevalece a alegria, e no registro de festas, férias, carnavais e aniversários, onde o orgulho, a alegria, o amor e a amizade imperam, se expressa uma espécie de espírito festivo.

O Arquivo da Memória Trans é uma trincheira em que essas vidas são celebradas e onde é projetado um futuro com existências plenas e contextos mais justos.