• ES
  • /

  • PT
  • ES
  • /

  • PT
  • L'une chante, l'autre pas, 1977

    Agnès Varda

    França

    Por que a escolha?

    Uma Canta, a Outra Não, dirigido por Agnès Varda, conta os debates intelectuais e morais sobre o aborto ocorridos nas décadas de 1960 e 1970 na França, pois, apesar da crescente descriminalização em grande parte da Europa Ocidental, ele ainda era proibido nesse país. Em 1971, a própria Varda foi uma das signatárias do “Manifesto 343”, no qual mulheres da arte e do pensamento se declaravam “culpadas” por terem abortado ilegalmente. Esse manifesto desafiava as autoridades a prenderem algumas das mentes mais brilhantes e renomadas da França que, apoiadas em seus privilégios, procuravam dar visibilidade ao aborto e lutavam contra a sua proibição.

    Mais tarde, em 1977, Varda estreou esta história de uma amizade permeada por uma das principais causas feministas: a que reconhece na necessidade do direito à interrupção voluntária e segura da gravidez uma série enorme de opressões e violências que historicamente recaem sobre as mulheres. Pomme, a que canta, de 17 anos, consegue ajudar a amiga Suzanne, que é só um pouco mais velha, tem dois filhos e não consegue nem imaginar um futuro com um terceiro. Apesar de ser proibido, elas conseguem que Suzanne faça um aborto. Mas a história não termina aqui, e esta experiência que viveram juntas será a pedra fundamental de uma amizade que não diminui com os anos, a distância geográfica e as transformações das duas.

    Uma Canta, a Outra Não evita focar no sofrimento do aborto ilegal e vitimizar excessivamente quem aborta. Varda opta por destacar os laços de solidariedade entre as mulheres e o prazer de amizades que ao longo dos anos inventam outras realidades possíveis por meio da ternura e do carinho, partilhando as ferramentas políticas que o ativismo feminista recria cada vez que se lança em uma nova batalha.

    Assistir ao filme

    Ficha técnica

    ×

    Busca

    Disciplinas

    Categorias