
Abakan czerwony, 1969
Magdalena Abakanowicz
Polônia
Por que a escolha?
Magdalena Abakanowicz (1930-2017) é uma das precursoras da criação e instalação de esculturas tecidas que, pela sua originalidade e singularidade, os críticos chamaram de Abakans. Desde que se formou na Academia de Belas Artes de Varsóvia em 1954, Abakanowicz definiu que os têxteis e as fibras seriam o seu meio de expressão escultórica.
Abakanowicz queria separar os têxteis da associação habitual com o artesanato e com a expressão artística feminina que o feminismo em algum momento procurou reivindicar. Daí a sua resistência em ser classificada como artista feminista: com têxteis e fibras ela simplesmente criaria arte. No entanto, e apesar da sua recusa em ser vista como uma artista feminista, Abakans, obra que lhe deu o primeiro reconhecimento internacional, foi lida nesse sentido, pois algumas das suas formas abstratas estavam associadas a imagens do corpo feminino.
Abakan czerwony, que faz parte dessas esculturas tecidas e monumentais, parece representar uma grande vagina. Com as esculturas penduradas e interagindo entre si no espaço, suas instalações buscavam transmitir a experiência sensorial ou, em suas palavras, transmitir um ambiente, uma situação. Mais tarde, Abakanowicz voltou-se para o trabalho figurativo e incluiu outros materiais como o bronze, a pedra e a madeira para desenvolver trabalhos em torno da guerra e da condição humana, em uma carreira artística que a consolidou como uma das artistas polonesas mais influentes do século 20. Mas foram, sem dúvida, as imagens icônicas dos Abakans das décadas de 1960 e 1970 que a transformaram em uma referência para a arte feminista.
Ficha técnica
