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  • Apologia (Artemisia Gentileschi #4), 2018

    Betty Tompkins

    Estados Unidos

    Por que a escolha?

    Na sua primeira fase como artista, Betty Tompkins (1945) criou imagens com forte conteúdo sexual. Na década de 1970, essas obras a caracterizaram como uma artista fortemente provocadora e as obras de sua série Fuck Painting foram alvo de uma longa lista de apreensões, censura e repressão. O manto do esquecimento que cobriu sua obra por décadas é notável e é um exemplo claro da exclusão e da censura vigentes no mundo da arte.

    A partir de 2008, Tompkins coletou obras de arte do cânone ocidental e fotografias do século 20 em que a presença feminina era central. Vermeer, Rubens, Leonardo, Manet, Avedon, são exemplos da seleção de obras com as quais ela criou a série Women words. Paralelamente, ela recolheu numerosos depoimentos de estupradores, falas de políticos e frases retiradas da grande mídia em relação às mulheres. A intervenção, simples e eficaz, inscreve os relatos e as descrições –muitas vezes misóginos– coletados nessa pesquisa sobre os corpos das mulheres dessas obras canônicas.

    Em Women words as representações femininas na arte ocidental, obras que fazem parte da criação de estereótipos sobre as mulheres, são cruzadas por textos nos quais esses estereótipos são expressos –textos médicos, jurídicos, psicológicos–, com os quais Betty Tompkins procura demonstrar a forma poderosa pela qual a linguagem nos define.

    Ficha técnica

    Women Words #47 (Vermeer), 2017

    Women Words (Vermeer #4), 2018

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