
© 2022 Georgia O’Keeffe Museum / Artists Rights Society (ARS), NYC
Grey Line with Black, Blue and Yellow, 1923
Georgia O’Keeffe
Estados Unidos
Por que a escolha?
LA gradação das cores, as curvas das pétalas, a luminosidade e as linhas suaves fizeram da obra de Georgia O'Keeffe (1887-1986) um marco na história da arte do início do século 20 e a tornaram pioneira da abstração nos Estados Unidos.
O'Keeffe teve que lutar contra a interpretação reducionista que seu marido, Alfred Stieglitz, atribuiu à sua obra e que acabou se impondo na leitura de seu trabalho. As conotações sexuais, tão ligadas às representações de suas flores, impediram outras leituras enriquecedoras, como a que formula que o mundo orgânico tão presente em suas obras é uma expressão do ciclo de vida da natureza e das pessoas. Outras interpretações posteriores, como a de Linda Nochlin, buscaram romper com a leitura sexualizada da obra de O'Keeffe e encontraram nas flores uma forma muito sutil de unir o feminino e o natural, produzindo uma reflexão metafórica: a botânica e a anatomia feminina subvertem a leitura hegemônica imposta às imagens de O'Keeffe e à hipersexualização do corpo feminino.
Ficha técnica
