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  • Migrant Mother, 1936

    Dorothea Lange

    Estados Unidos

    Por que a escolha?

    Dorothea Lange (1895-1965), uma das primeiras fotojornalistas da história americana e da fotografia documental social, conseguiu tornar visíveis as desigualdades, injustiças e preconceitos a que foram submetidos os grupos marginais, para despertar consciência e promover uma mudança social. Lange fez da crise econômica da Grande Depressão o objetivo fundamental do seu trabalho, que deixou profundas consequências sociais e humanas. A pobreza urbana e rural, os desempregados, os deslocamentos, as famílias e as mulheres migrantes fizeram parte dos seus registros.

    Nesse contexto, a força da experiência feminina, disposta a tudo para salvaguardar a vida dos filhos, foi documentada na sua fotografia mais emblemática, Migrant Mother, imagem icônica daquele momento histórico. O retrato desta trabalhadora rural que parece fisicamente exausta segurando a cabeça dos filhos sobre os ombros não é apenas comovente, mas eloquente e representativa dos falsos arquétipos de fragilidade e fraqueza com que as mulheres têm sido caracterizadas. A tenacidade da figura dessa mãe migrante é irrefutável. A mesma que emana das mulheres de outras representações femininas da artista em produções fotográficas realizadas em outros tempos e contextos.

    Assim, Lange documentou o desafio ao sexismo da nova força de trabalho das mulheres na produção dos estaleiros Kaiser em Richmond, criada para ajudar o esforço bélico durante a Segunda Guerra Mundial. Imagens como Shipyard, End of Shift at Yard 1, Untitled, Shipyard Workers e Women line up for paychecks-Richmond Shipyards registram mulheres no fim de um dia de trabalho em que manejaram gruas, rebitaram ou soldaram, trabalhos que até então tinham sido realizados exclusivamente por homens. Em suma, os estereótipos e a desigualdade nos direitos das mulheres, a pobreza, a migração e o racismo representados em Ex-Slave with a Long Memory, entre outros, constituíram um testemunho visual crítico que serviu de ferramenta para denunciar as condições de vida de diversos grupos em situação de vulnerabilidade.

    A forma humanista e compassiva com que expressou o sofrimento das vítimas da Grande Depressão posicionou Dorothea Lange como uma das mais importantes fotógrafas documentais do século 20. Ela acreditava que a transformação podia ser alcançada por meio daquilo que, em suas palavras, era um maravilhoso instrumento democrático: a máquina fotográfica.

    Ficha técnica

    An Asian American woman talks to an African American male outside the Richmond shipyards, 1943

    Women line up for Paychecks-Richmond Shipyards, 1942

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