
S'he, 1973
Ulay
Alemanha
Por que a escolha?
Embora sua imagem dificilmente possa ser separada de Marina Abramović, que foi sua companheira por doze anos e com quem realizou performances icônicas como The Lovers: The great walk wall (1988) e Rest Energy (1980), Ulay foi um pioneiro da fotografia Polaroid e uma referência singular da body art. Por meio de uma profunda experimentação em performances, Ulay produziu um pensamento crítico sobre gênero e identidade como construções sociais.
A série S’he é composta de três fotos: é uma espécie de tríptico no qual aparecem tanto o masculino quanto o feminino em si mesmo. Ulay se retrata apresentando-se como homem e como mulher, sem contradição. Ulay habita o andrógino e desliza na fluidez de gênero, em seu caráter eminentemente performático. A maquiagem, as joias, as perucas, os piercings e as tatuagens são ferramentas transformadoras do corpo, que aparecem em sua produção para enfatizar sua performatividade.
Em sua extensa produção, a fotografia parece ser a forma principal por meio da qual o artista se expressa, mas isso não é verdade. É o corpo, o seu corpo, que se apresenta como meio, como um território que pode se transformar e estar a serviço da construção da identidade.
Ficha técnica

