
Foto: Gagosian
Strategy (South Face/Front Face/North Face), 1994
Jenny Saville
Reino Unido
Por que a escolha?
Porque suas imagens se distanciam das representações hegemônicas dos corpos femininos.
Se o corpo da mulher é, na história da arte e também na publicidade e na mídia, o corpo mais padronizado na hora de ser representado e abordado, Jenny Saville (1970) propõe uma ruptura. A artista inverte a representação dos nus femininos: suas obras são dominadas por pontos de vista baixos e escalas grandes; ela foca nos detalhes da pele, em suas marcas e imperfeições. São corpos obesos, que ocupam uma grande parte da composição. As texturas, as cores brilhantes e a intensidade em certas partes criam uma composição que causa impacto e hipnotiza.
Em seus retratos pode-se observar um diálogo de opostos com a história da arte, com todos os estilos e tradições que abordaram o nu feminino. As mulheres de Jenny Saville não são musas, nem encarnam valores, não são objetos de contemplação, sua presença não alude a nenhuma passagem mitológica ou bíblica. São mulheres reais. Talvez por isso suas obras despertam uma sensibilidade específica que nos liga a existências concretas.
Ficha técnica
